quinta-feira, 10 de novembro de 2011

MORGANA



Morgana representa na lenda arturiana, a figura de uma Deusa 
Tríplice da morte, da ressurreição e do nascimento, incorporando
 uma jovem e bela donzela, uma vigorosa mãe criadora ou uma 
bruxa portadora da morte. Sua comunidade consta de um total 
de nove sacerdotisas (Gliten, Tyrone, Mazoe, Glitonea, Cliten, 
Thitis, Thetis, Moronoe e Morgana) que, nos tempos romanos,
 habitavam uma ilha diante das costas da Bretanha. Falam também
 das nove donzelas que, no submundo galês, vigiam o caldeirão 
que Artur procura, como pressagiando a procura do Santo 
Graal. Morgana faz seu debut literário no poema de Godofredo 
de Monntouth intitulado "Vita Merlini", como feiticeira benigna.


Mas sob a pressão religiosa, os autores a convertem em uma irmã 
bastarda do rei, ambígua, freqüentemente maliciosa, tutelada por 
Merlim, perturbadora e fonte de problemas.
Nenhum personagem feminino foi tão confusamente descrito e 

distorcido como Morgana ou Morgan Le Fay. A tradição cristã 
a apresenta como uma bruxa perversa que seduz seu irmão mais
 novo, Artur, e dele concebe o filho. Entretanto, nesta época, 
em outras tribos celtas, como em muitas outras culturas, o sangue
 real não se misturava e era muito comum casarem irmãos, sem 
que isso acarretasse o estigma do incesto.
Morgana e Artur tiveram um filho fruto de um Matrimônio 

Sagrado entre a Deusa (Morgana encarna como Sacerdotisa) 
e o futuro rei.
O "Matrimônio Sagrado" era um ritual, no qual a vida sexual 

da mulher era dedicada à própria Deusa através de um 
ato de prostituição executado no templo. Essas práticas 
parecem, sob o ponto de vista da nossa experiência puritana, 
meramente licenciosas. Mas não podemos ignorar que elas 
faziam parte de uma religião, ou seja, eram um meio de 
adaptação ao reino interior ou espiritual.

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